Eliminação da função militar nas Lajes "não é desejável"
"O uso militar da Base das Lajes é muito importante e atenção, esse uso militar não é posto em causa pelos nossos aliados e amigos norte-americanos", disse Mota Amaral, quando questionado pela Lusa sobre o futuro da base, que têm presença militar norte-americana em permanência há mais de 60 anos.
Para Mota Amaral o que os norte-americanos dizem é que "nesta fase, forçados também a fazer cortes absolutamente astronómicos no seu também astronómico orçamento de defesa, se vêm obrigados a reduzir a sua presença na base", acrescentando que futuramente "com muita facilidade voltarão à mesma dimensão de efetivos militares e eventualmente poderão aumentá-los".
Os voos militares anuais na Base das Lajes diminuíram de 1823 em 2001 para 400 no final deste ano, o que representa uma redução de quase 80%, adiantou na sexta-feira o ministro da Defesa.
Segundo José Pedro Aguiar-Branco, que falava durante uma audição conjunta nas comissões de Defesa e Negócios Estrangeiros, em 2001 houve na base da ilha Terceira 1823 voos militares e 403 voos civis e em 2011, passado dez anos, registaram-se apenas 662 voos militares e 300 civis.
Face a este cenário, o social-democrata Mota Amaral entende que "é de considerar" a utilização da Base das Lajes para outras valências, mas sempre em simultâneo com a função militar.
"Ao longo dos últimos anos pessoas amigas, ligadas ao famoso lobby açoriano, têm alertado para a necessidade de encontrarmos outras utilizações para a Base das Lajes", revelou Mota Amaral.
O antigo chefe do Governo açoriano afirmou, ainda, que perante a anunciada redução da presença norte-americana nas Lajes é razoável que haja uma ajuda para se fazer face aos impactos desta decisão na economia da ilha Terceira.
"Na altura em que essa função é reduzida e, nem sequer se pretende que ela termine de todo, haja uma ajuda para se fazer a reconversão, pelo menos nesse período em que se encara uma redução da operacionalidade da base", sustentou.